sábado, 29 de janeiro de 2005

eu

Nos tempos em que fodia (já faz quase 9 meses – há bebés com vidas mais curtas que isto, por exemplo, quando os deixam cair de cabeça no chão da cozinha ou os abandonam num contentor do lixo porque têm uma deformação congénita na cabeça que os faz parecer com uma pata de porco) vinha-me sempre depressa. Acho que é do nervoso. Embora disfarce com o célebre “Um gajo quer é vir-se para depois ir fumar pá frente da televisão”. Claro que isto não é bem assim. Acho que é castigo. Deus achou que, por me ter feito tão belo e com uma pila que parece duas alheiras de mirandela presas por um fio, eu devia vir-me depressa. Assim foi. Como é sabido contra a vontade do Senhor nada se pode fazer.

o homem foi feito para guerrear

A costa dos murmúrios


As portuguesas e a gilette

Antes só se via pachacha nos filmes franceses. Mesmo antes de saber que Godard não era um creme para as varizes ou que o Lang era mais que um jogador do Sporting, já via filmes franceses, daqueles antigos, na esperança de vislumbrar um pachacha não-aparada. Era moda. Naquele tempo as pessoas morriam com os pêlos com que nasciam. Não havia Internet. As revistas eram difíceis de esconder. E muitas vezes, quando estas revistas eram dos avôs (plural de avô, e não avós), as páginas vinham coladas. Por isso, o único remédio para as crianças como eu, no início da atracção pachachial, era os filmes franceses. Franceses e pachacha, durante muito tempo, foram sinónimos.
Crescemos. E só até muito mais tarde é que percebemos que a pachacha não era apenas um monte de pêlos encaracolados e com mais volume que muitos novelos de lã, mas que havia lá uns bifes pendurados que eram realmente a “a cena”.
É “cool” para os vários artistas, quer de cinema quer de teatro, passarem a imagem de que estão à vontade com a nudez. Eu estou. E eu sou um artista, portanto sei do que falo. Gosto especialmente quando são gajas a despirem-se. E depois quando se deitam juntas e quando a probabilidade de 69 aumenta exponencialmente.
Quem ficou com uma mega-erecção com a cena seminal (<- vou usar esta palavra daqui para a frente em todas estas coisas) de fufice (vem de fufa) no “Mulholland Drive” (sou o único que escreve bem o nome deste filme. O truque é escrever Mul seguido de Holland, como no país) não ficará desapontado com esta. Está iminente desde certa altura que “as gajas vão-se comer”.
Isto é quase começar pelo fim. E já cá volto porque se há coisa que eu gosto é de gajas a comerem-se.

Filmes Tejo apresenta…
A costa dos múrmurios.
O grelo que foi comigo disse-me logo: “aposto que o filme deve ser ‘granda’ seca”. Eu cá disse (porque não me calha muitas vezes ir ao cinema com grelo e, como tal, convém agradar): “epá, ‘eles’ dizem bem”. A entidade “Eles” que faz e diz quase tudo. Um dos melhores exemplos da entidade aconteceu uma vez em casa da minha avó. Estávamos a almoçar (devia ser peixe espada grelhado - e como eu gosto de peixe espada grelhado!) e tínhamos sempre a “tuvisão” ligada nas notícias. A minha avó apanha apenas parte duma frase que falava do Casal Ventoso, referindo-se-lhe como “um supermercado de droga”. Vai daí comenta para a empregada: “está a ver? Está a ver? “Eles” agora até têm um supermercado onde vendem droga.”.

O resto do pessoal cortou-se porque “isso não passa de um filme de pretos com gajas com mamas tipo passas de uva”. Em parte é verdade. Tudo o que não é branco tem as mamas tipo passa de uva.
Como o filme tinha duas horas, fui mijar antes de começar porque os meus rins, como aliás tudo no meu belo corpo de princesa, funciona às maravilhas e já sei que me ia dar um mega-ataque de vontade de mijar caso não mijasse antes (a repetição é uma figura de estilo que, sorte das sortes, se chama repetição). Uma vez, num dos piores filmes que vi este ano – “Wanda” -, saí da sala quase sem sentir as pernas de tão cheia que tinha a bexiga.
Afinal era um filme como todos os outros filmes portugueses que um gajo pensa duas vezes antes de ir ver porque “é cinema português”. As interpretações, fora do leque de actores principais, cheiram a ranço. Os choros pelos mortos são inacreditavelmente maus. Não passam de guinchos repetitivos e sem sentido. Um pouco como a Diamanda Galás mas em preto.
Então aquilo é passado no fim da guerra colonial, em Moçambique, onde (e esses é que eram os tempos) as mulheres ficavam em casa a cozinhar e a manter as mamas firmes com soutiens daqueles em bico, enquanto os homens vão trabalhar – neste caso, rebentar pretos com AKs – e depois quando voltam, já foram encornados várias vezes e se tivessem o olfacto suficientemente apurado quase poderiam cheirar o esperma, ainda fresco, que pinga das ratas não lavadas das suas mulheres.
Todos os militares são versões mais novas do Ramalho Eanes. Óculos escuros tipo PSP e patilhame comprido. As gajas são loiraças sedentas de pau.
E lá vão eles para a guerra numa terra com nomes castiços como Mulamba, Cassimbaia ou Lélélé. As gajas dos gajos que foram para a guerra ficam em casa e visitam-se umas às outras (neste caso são só duas), bebem chá e laranjadas, passeiam-se com o “look” pachacha-filme-francês-que-falei-há-bocado e, nos intervalos, mandam quecas em tudo o que mexa e seja branco. Branco porque, como é do conhecimento geral, foram os pretos que inventaram a sida.
Menção especial para a participação do Blob – Outro tipo de terror – que aparece em cima de uma cama e come a Beatriz Batarda.
Depois de comer este, e não satisfeita, a puta (e basicamente todas as gajas são umas putas), ainda vai comer outro que também é jornalista como o Blob. E comem-se várias vezes. Depois é a vez dela (Beatriz Batarda – que diga-se é bastante comível) comer a mulher do outro que também é militar e a quem a gaja já encornou no passado. E este é o auge do filme. Qual “Mulholland Drive” qual quê. Qual Naomi Watts qual quê. Isto sim. É sensualidade ao melhor nível. A grande diferença é no volume de pintelheira. No cinema português, e penso que posso falar das mulheres portuguesas em geral – porque eu, como verdadeiro sex-symbol da juventude portuguesa, já comi um número de gajas estatisticamente suficiente para saber do que falo -, a pintelheira é um “deixa andar que amanhã rapo”. Epá, não falo daquele cinema mais antigo. Acredito que a Beatriz Costa tivesse quase um capachinho “lá” que se adequava perfeitamente à “almôndega” suada do Vasco Santana. Mas agora podiam ter mais cuidado. Eu sei que é um filme de época mas aposto que no “Joana d’Arc” a Milla Jovovich tinha, no mínimo, um moicano.
Os momentos mais hilariantes do filme são quando se vê um preto a varrer o chão a uma varanda que está quase a ser arrancada pelo vento e se vê o lixo a redemoinhar sem nunca tocar na vassoura que ele agita sem qualquer sentido e a chuva que, por algum motivo mágico, só cai por cima do objecto que está a ser filmado estando sol no resto do ecrã.
No fim acaba como se espera e não há grande coisa a dizer a não ser que, apesar de não ser um mau filme, é uma seca do caraças. E não é que a gaja que foi comigo gostou mesmo? “Ele” há coisas.



A costa dos murmúrios - :|


:O~ <- vómito (filmes tipo AI, Matrix 2 e 3)
:O <- filmes “preferia ter gasto a guita em cerveja, droga ou cigarros”
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:) <- filmes médio-fixe ou “nice”
:D <- filmes “cum gajo até acha que coiso e tal e diz aos outros para irem ver”
:D~ <- filmes que “sim senhoras”

terça-feira, 25 de janeiro de 2005

o "cancaro" e os primos "na" frança

O cancro é o novo "o meu primo na França". Praticamente toda a gente tem um ou conhece quem tenha.
Na geração anterior à nossa, os mais velhos diziam orgulhosos: "o meu primo lá da França...". Normalmente era taxista ou talhante. Mas lá as coisas não são nada como aqui. Lá trabalha-se. Vinham cá passar o Verão no Renault 12 comprado a prestações ou nas camionetas de 12 lugares que, normalmente, ficavam pelo caminho em acidentes brutais que incluíam garrafões de tinto e mulheres de bigode com o crânio esborrachado contra o pára-brisas. E a dentadura "que era nova e mal empregada" acabou esquecida presa no alcatrão duma localidade qualquer com nome de queijo.
Os primos "da" França cresceram. Tiveram filhos que não sabem falar português. Vivem em cidades-dormitório que correspondem cá a Odivelas ou Almada mas em que os pretos são monhés e o cheiro a catinga é suavizado para caril. E hoje já não é prestígio nenhum ter primos "na" França.
Hoje é o cancro. Toda a gente que importa conhece alguém que tenha cancro. Claro que o cancro não vem passar férias a Portugal em Renault 12. Muito menos tem acidentes na estrada. Limita a pegar-se pelo cu e a alojar-se no cólon. A meter-se no estômago desde que "eles" inventaram que agora se deve comer vegetais. Nos pulmões quando os lóbis dos chupa-chupas inventaram que fumar faz cancro. Eu cá só deixo de fumar quando ficar sem dedos para segurar o cigarro.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2005

os corta-unhas e outras homossexualidades

É das piores coisas que se podem partilhar. Imaginar que os outros cortaram os cantos gigantescos das unhas grandes do pé com o mesmo corta-unhas que vamos usar. E pior é cortar as unhas das mãos com um corta-unhas usado por outra pessoa para cortar as unhas dos pés. É interacção semi-erótica desfasada no tempo. “Eu dei-lhe uma massagem aos pés”. Não foi bem isso mas cortei as unhas das mãos com o corta-unhas que ela usou nos pés. Isto na rara possibilidade de eu alguma vez ter acesso a esse corta-unhas. É quase tão mau como a escova dos dentes. Mas enquanto partilhar a escova dos dentes até pode ser semi-erótico, se a gaja for boa e tiver mamas pelo umbigo e cuecas fio dental, partilhar o corta-unhas nunca o é. Nem que o fio seja dental à frente e atrás. Nem que só haja espaço no quarto para um devido à enormidade do seu mamedo. Há coisa que não devem ser partilhadas. Mas bater no fundo, é partilhar a pomada para os hemorróidas com aplicador. O caso do aplicador parece-me óbvio. Poderá quase ser homossexual. E se houver refluxo da pomada então o nível de gayzice torna-se máximo. Mesmo só a simples partilha do tubo de pomada torna-nos semi-homossexuais. Porque, seguindo a ordem normal das coisas, a aplicação de um creme anal será dedo-tubo dedo-esfíncter dedo-tubo dedo-esfíncter...Há novamente contacto anal com outra pessoa em tempos desfasados. Mas existe. Só na própria análise à próstata, devido à existência de luvas, e em parte pela bata também (“Está apenas a fazer o seu trabalho”, “Meter dedos no cú é o trabalho de qualquer proctologista”) é que o contacto pode não ser transformado num caso de homossexualidade séria.
Voltando um pouco atrás, que raio de médico escolhe como especialização proctologia? “Que faz na vida? Sou proctologista. Quê? Meto dedos no cú. No seu? Não. No dos outros.”.
A mim parece-me que certas especializações não se escolhem. Pediatra por exemplo. É sabido que estes puxam a pele do prepúcio para trás a crianças até aos 14 anos, toca-lhes de maneiras que devem ter levado muita gente dentro, metem-lhes um pauzinho na boca para espreitar e ver qualquer coisa com a lanterninha de bolso. Ginecologista (ou como vi escrito num hospital no Porto, “Coisas das mulheres”). O ginecologista passa o dia com os dedos “lá dentro”. Isso conta como infidelidade? Porque é que ele pode e eu não? “Hoje meti-os em onze gajas”, diz ele para os amigos. Os amigos invejam-no. Se algum for mecânico, quanto muito ouviu os peidos do bate-chapas durante o almoço enquanto comia a sandes de entremeada. O único sítio onde meteu os dedos foi numa lata de óleo para procurar parafusos.
Não deve haver profissões mais invejadas. O problema são as relações. “Cheiras a rata. Estiveste com outra?”. Há sempre desculpa. "Estive a fazer o meu trabalho".

chinesices

2046 – 2046 (uma das melhores traduções de sempre)


“There ain’t no cure for love”


Leonard Cohen é Deus. Acho que toda a gente sabe isto mas é bom sempre lembrar. É mais ou menos o equivalente em Portugal ao Vítor Espadinha. O “I’m your man” corresponde ao “Recordar é viver” mais compasso menos compasso. Mais banana menos banana. Mais “If you want a lover I'll do anything you ask me to And if you want another kind of love I'll wear a mask for you If you want a partner Take my hand Or if you want to strike me down in anger Here I stand I'm your man If you want a boxer I will step into the ring for you And if you want a doctor I'll examine every inch of you If you want a driver Climb inside Or if you want to take me for a ride You know you can I'm your man Ah, the moon's too bright The chain's too tight The beast won't go to sleep I've been running through these promises to you That I made and I could not keep Ah but a man never got a woman back Not by begging on his knees Or I'd crawl to you baby And I'd fall at your feet And I'd howl at your beauty Like a dog in heat And I'd claw at your heart And I'd tear at your sheet I'd say please, please I'm your man And if you've got to sleep A moment on the road I will steer for you And if you want to work the street alone I'll disappear for you If you want a father for your child Or only want to walk with me a while Across the sand I'm your man” menos “If you want a lover I'll do anything you ask me to And if you want another kind of love I'll wear a mask for you If you want a partner Take my hand Or if you want to strike me down in anger Here I stand I'm your man If you want a boxer I will step into the ring for you And if you want a doctor I'll examine every inch of you If you want a driver Climb inside Or if you want to take me for a ride You know you can I'm your man Ah, the moon's too bright The chain's too tight The beast won't go to sleep I've been running through these promises to you That I made and I could not keep Ah but a man never got a woman back Not by begging on his knees Or I'd crawl to you baby And I'd fall at your feet And I'd howl at your beauty Like a dog in heat And I'd claw at your heart And I'd tear at your sheet I'd say please, please I'm your man And if you've got to sleep A moment on the road I will steer for you And if you want to work the street alone I'll disappear for you If you want a father for your child Or only want to walk with me a while Across the sand I'm your man”. A essência é a mesma. São os dois uns românticos assim como eu. Com a pequena diferença de que eu sou capaz de admitir que gosto de barrar as gajas com manteiga de amendoim e depois pegar em pequenas tostas de centeio e rapar a cena de cima delas e eles, como têm o estatuto global de grandes românticos, não o podem fazer sem sofrer as consequências. Arrasar-lhes-ia as carreiras.
Isto tudo para dizer que até o Leonard Cohen tem uma música má. “There ain’t no cure for love”.
Este Wong Kar wai (um chinoca, lá da China) só tinha feito grandes filmes. Nunca percebi a cena do “Chungking Express” mas de qualquer modo é um bom filme. Adorei o “Anjos caídos”. É o filme com maior “cenário” da história. Quando se é chinês e se tem um “cenário” daqueles pode-se fumar e consumir drogas e andar de pistolas aos tiros aos outros chinocas porque, o mais provável, é um gajo safar-se sempre. Deus ajuda quem é giro e tem um “granda cenário”. Dá-lhes carros rápidos, cerveja gelada e miúdas aos gritos a correr atrás deles e a fazer *schlec* *schlec* com os lábios vaginais.
Depois veio o “In the mood for love”, que é um dos grandes filmes. O maior dele. E um gajo habitua-se. Tem o tempo exacto. Não se perde em pachachices (sim, vem de pachacha) desnecessárias. Não tem pausas nem tempos mortos. Extraordinariamente bem filmado, realizado e “argumentado”
São todos filmes sobre desencontros. Antes da era dos telemóveis. Caso contrário, bastava mandar uma sms.
Mais um momento e….Mas a verdade é que sabem ser filmes.
Qualquer filme dele que saia é, automaticamente, comparado a este. É como a minha pila. É o termo de comparação para qualquer homem (dum modo perfeitamente heterossexual – é como os jogadores de futebol, podem-se apalpar e mexer nos tomates uns dos outros que não há crise porque, como toda a gente sabe, não há paneleirices no futebol). Na natação chamavam-me tripé. E vai daí pensei: “epá, o 2046 deve ser enorme”. Só é enorme em termos de tamanho.
Nunca tinha saído dum filme do Wong Kar Wai desapontado (nota: isto não significa que eu alguma vez tenha “entrado” num filme dele. Aqui, “entrado” pode ter, pelo menos, dois significados. Apenas um deles é o correcto. Entrar como contrário de sair – quem sabe um pouco de física até diz logo que entrar e sair é a mesma coisa, tudo depende do referencial).
Ele é assim o maior e eu esperava que este filme fosse assim o “In the mood for love” com droga. Afinal foi assim como aqueles pratos que um gajo pede no restaurante chinês, quando um gajo está com fome, aquilo marcha tudo mas depois, mais lá para o fim da refeição, já ninguém consegue com o “calil de gálinhá” ou com o “polco doce” e só apetece vomitar e pensar porque é que não fomos jantar todos àquela tasca ao pé do elevador da Bica. A verdade é que só os pobres, como a maioria de vocês deve ser, é que vão comer aos restaurantes chineses. Eu deixei de ir quando enriqueci à custa do meu negócio de prostituição e depois de me ter apercebido que, em Portugal, não há chineses velhos. Tenho uma teoria sobre o assunto à espera de ser publicada numa revista da especialidade. (Contactem para o mail anq@portugalmail.pt, caso estejam interessados.)
Estas divagações todas são só para encher porque eu sei muito pouco de cinema e procuro disfarçar desviando a atenção do que realmente importa. Também porque tenho muitas ideias sobre coisas que gostaria de escrever e mostrar como tenho, de longe, o sentido de humor mais apurado de Portugal.
Sobre o filme pouco há a dizer. Os truques de câmara estão lá todos. Os cigarros a arder devagarinho. Os trade marks do costume do Wong. A certeza de que o Tony Leung nunca morrerá de cancro do pulmão (como é do conhecimento geral, só os falhados é que apanham cancro). As personagens “lynchianas” (<- sou o maior ou quê?). As chinesices. Mamas. E está todo o mood for love. Falta é coerência. Parecem bocados desconexos. E aquela coisa toda do comboio e da ficção científica é absolutamente pateta/patética.
Epá, se gostam do homem, vejam o filme mas depois não digam que não vos avisei.




2046 - :|

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quinta-feira, 20 de janeiro de 2005

a gorda e o rouxinol

Comme une image – Olhem para mim


“I don't want to talk to you no more, you empty headed animal food trough wiper. I fart in your general direction. Your mother was a hamster and your father smelt of elderberries.”

Ou seja, todos os franceses têm menos sentido de humor que uma lentilha. Uma lentilha, para quem não sabe, é uma planta cuja semente, do mesmo nome, é comestível. Dá para fazer sopa, salada, puré e mais outras coisas. É um bom substituto do feijão e do grão.
Não é que a lentilha tenha MESMO sentido de humor. É uma figura de estilo. É como dizer que os franceses não têm sentido de humor. Já me diverti mais em funerais do que a visionar as ditas “comédias francesas”. Se é que o termo existe. Agora vêm aí os teóricos do cinema e dizem coisas do género: “só tenho três palavras para ti: Jacques Tati”. São duas e não três. E além disso o Tati tem o sentido de humor dum agrião. Um agrião, para quem não sabe, é também uma planta comestível e também se pode fazer sopa com ele.

Eu era daqueles que pensava que o humor francês se resumia à frase lá de cima. Devo ter sido a pessoa, em Portugal, que mais filmes franceses viu e todos os que estão rotulados de “comédia” pouco ou nada têm. Ainda me lembro quando nos juntávamos todos em casa do António Cabrita a ler o Jornal de Letras, a visionar todos os director’s cut do Godard, a dizer de cor as primeiras cem páginas do “Assim falava Zaratustra”, a ouvir Xiu Xiu ou Cabaret Voltaire. Éramos levados da breca.

Bom, não é que isto seja assim um filme por aí além. É engraçado. Um gajo sai de casa assim com a maior ressaca de sempre e vai ver o filme e aguenta-se (<- tem muito que se lhe diga esta frase porque se a tentassem escrever de outra maneira, o sentido perder-se-ia – futuro do pretérito simples, no modo condicional com misóclise).
Também é outra cena um gajo ir ao King. Eu sempre que lá vou sinto-me muito mais esperto. É como se tudo se tornasse claro.

A verdade é que ninguém curte gordas. É como os carros. Qualquer gajo, desde que não seja bicha ou intelectual, gosta de Jaguares. E prefere-os às vans e àqueles carros horríveis que agora as famílias têm a mania de comprar para depois irem fazer “coisas” com outros “casais” também em família. Como ir à praia, ir passear para o “centro”, fazer churrascos, ir para o campo. E às gordas ninguém liga. É mais ou menos como a mim, mas comigo é inexplicável. Então ela é gorda e canta. Abro aqui um parêntesis -> ( :D para explicar que as gordas ou são boas a fazer “coisas” com a boca ou estão tramadas para a vida. É mais ou menos como ser gago e preto ou usar óculos e ser careca ou ser da LEIC.) <- fecho aqui um parêntesis.
Canta e espera a aprovação do pai que não lhe liga puto e é escritor e editor e desses gajos que usam camisas vermelhas com coletes escuros por cima. A verdade é que se eu fosse casado com um maquinão daqueles também não ligava puto às minhas filhas. Se as tivesse. Claro que para as ter é preciso primeiro arranjar uma gaja. E não vejo hipóteses de isso acontecer pelo menos nos próximos 6 meses. Voltando ao filme. A rapariga canta e o pai não lhe liga e é casado com um maquinão (e quem dava umas voltas com aquele maquinão sei eu quem era) com o/a qual tem problemas. Cenas da vida.
Ora a gorda, como não se safa de outra maneira, vai ter aulas de canto com a realizadora. É preciso uma sorte… é como um gajo chamar-se Schrödinger e ser ele a chegar à equação que também tem esse nome.
Depois aparecem as cenas do costume. A gorda gosta dum que é todo giraço mas que não gosta dela, é tudo interesse por o pai dela ser quem é. E depois há um gajo com mais pêlos nas pernas que o Tony Ramos tem no peito que gosta e sofre em semi-silêncio (como os verdadeiros perdedores). Entretanto, a professora de canto, que também é a realizadora, é casada com um tipo que eu já vi noutro filme (“The Good Thief”) e que é escritor. E quando a professora de canto, que também é a realizadora e argumentista, descobre que a gorda que canta é filha do outro gajo, que também escreveu o filme e que na vida real é casado com a gaja que faz de professora de canto e que também é realizadora e também escreveu o filme, começa logo a tratá-la doutra maneira. Aqui está a prova cabal de que as gajas não passam dumas interesseiras que só querem dinheiro e só fazem as coisas por interesse. Então decide que os ajudará a cantar lá na cena da igreja.
Depois o careca do “The Good Thief” é convidado pelo gajo que tinha bigode no “O gosto dos outros” – e que também é argumentista e é casado com a gaja que faz de professora de canto e que também escreveu e realizou o filme - a editar o seu próximo livro na editora dele. O gajo que já tinha entrado no “The Good Thief”, diz que sim e vão todos para o campo. No campo não se passa nada. E claro que o gajo com mais pêlos nas pernas que o Tony Ramos no peito decide ir também, à colas. No fundo é como ter um Tony Ramos pessoal a fazer de manta nas pernas.
Depois acontecem várias coisas que se está mesmo a ver que vão acontecer. Nada de novo. “estava mesmo a ver que ia acontecer”. Os franceses de inovador têm muito pouco. “Desisto” deveria ser o nome do seu hino nacional. A única guerra que alguma vez ganharam foi a revolução francesa. Isto diz muito.
Não correm riscos. Fazem a história que se espera, com o final que se espera, com as personagens estereotipadas que se espera, enfim… novamente, nada de novo. A única novidade deste filme é que me ri. Quase três vezes. Duas delas seguidas. Não cheguei ainda foi a largar uma pinga de mijo.

Não passa de uma remistura de “O gosto dos outros”. Mais moderno, mais maduro, mais europeu. Infelizmente continua a não chegar. Se não tivesse a fotografia, a luz, a realização e o à-vontade das personagens, diria que era um filme português.
Eu, se me pagassem para isso, escreveria assim a melhor comédia de sempre. Seria o Woody Allen português. Até adoptava uma chinesa. Ou pelo menos encomendaria chao min de galinha, uma vez por semana. Inscreveria o meu nome no passeio da fama. No meio dos grandes como o Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger. Seria grande.

Queria só voltar a falar do gajo dos pêlos nas pernas. Os homens, quando são muito magrinhos e têm assim muitos pêlos escuros e muito encaracolados nas pernas são irritantes.


Olhem para mim - :)

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a fufa mais boa do universo

Vi-a hoje.

terça-feira, 18 de janeiro de 2005

o livro vermelho de mao tsé tung

Uma queca é como um bom jantar. É o processo intermédio para se fumar um cigarro.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2005

enjeitados e em geral

Ser paraplégico é um negócio. Um gajo parte a espinha num sítio que não doa muito, deixa de mexer as pernas e mandar umas quecas (o que para mim, o segundo, não é nada de mais) e passa a conseguir os lugares bons no metro, passa a andar de elevador, tem os lugares bons à porta dos centros comerciais, tem aqueles lugarzinhos nos parquímetros reservados com matrícula e tudo, ainda consegue umas gajas daquelas que têm a mania de ajudar os deficientes a fazer coisas. Eu cá nunca os ajudo. Fico sempre a pensar que é o tipo de doenças que se pegam pela roupa. Se repararem nas roupas desses que nasceram enjeitados notam que aquilo tem mesmo o aspecto de “roupa-que-transmite-doenças-e-faz-um-gajo-ficar-enjeitado”. Devem ter uma loja própria onde vendem casacos sem forma e com bicharada que se pega às pessoas e as faz ficar coxas ou só com um coto do braço para segurar a lata das moedas que usam para pedir no metro. Eu cá nunca lhes toco. Deviam fazer como nas bombas de gasolina. Luvas.

"fónix man"

Life is a miracle – A vida é um milagre


O filme “Pearl Jam”


Inicialmente toda esta “coisa” ia ter apenas uma palavra:

Nhé.

Nhé define na perfeição o último filme do Kusturica. Ou como dizem os grandes: “o último Kusturica”. Mas depois o dono do site veio e disse: “ah e tal, isso não é uma crítica.”. E eu respondi-lhe: “ah e tal mas é o que eu achei do filme”. E vai daí ele diz: “ah e tal, assim não publico”. E eu respondi: “ah e tal”. E tive de ceder.
Pois é. Até nós, os bons, acabamos por ceder.
Reparem que ali na cena do “ah e tal” a vírgula nem é sempre repetida. Isto é um “neolostilo”, ou seja, uma figura de estilo inventada por mim e a que chamei “avirgulite”. Por sua vez, “neolostilo” e “avirgulite” são neologismos, que já existem há uns tempos.

Quem conhece Pearl Jam sabe perfeitamente que eles apenas têm um álbum. O primeiro. Depois os restantes não passam de repetições da mesma fórmula. Resulta sempre porque o gajo é giro e tem aquele ar porco que faz as miúdas ficar todas húmidas e ir logo a correr comprar o álbum. Hoje, felizmente, já pouca gente sabe quem são. Mas ali durante um período da década de 90 toda a gente gostava dos Pearl Jam. Os Smashing Punpkins são o paradigma da banda “Pearl Jam”. Têm um álbum e meras repetições.
Há n exemplos de cultura “Pearl Jam”.

O Kusturica corre o risco de tornar-se num realizador “Pearl Jam”. Repete a fórmula e espera que resulte. Mesmo que estivesse à espera que aqui no Ocidente algumas pessoas o conhecessem apenas pelo “Gato preto, gato branco”, há sempre que ter em conta os grandes cinéfilos de Portugal (o António Cabrita, o João Lopes, o Francisco Ferreira, aquele fulano que escreve no Jornal de Letras, o Fernando Alvim e eu) que já viram grande parte da sua filmografia mais acessível.
Em minha opinião, e já sabem que perante opinião alheia a minha é que conta, o melhor filme do Kusturica é o “Arizona Dream”. E é a partir desse filme que se faz a medição de todos os outros. Os outros são bons filmes, de um gajo que tem talento e sabe fazer umas coisas. Se calhar esteve demasiado tempo a entrar em “Ocean’s Eleven” e coisas do género. Não digo que tenha deixado de saber fazer filmes. O único caso reportado até hoje é o do Bryan Singer.
É a repetição de uma fórmula. A ver se dá. A ver se ainda consegue fazer as pessoas falarem “daquela comédia dos gatos que está agora no cinema”. Infelizmente falhou.
Não basta pegar em todos os elementos “engraçados” dos filmes anteriores, juntá-los no mesmo espaço de acção e esperar que resulte. É preciso muito mais. Originalidade e génio. E nenhum deles está presente aqui. Não aqui. Aqui está presente um génio. Eu. No filme é que não. Se fosse uma primeira obra ou uma coisa qualquer de um realizador pouco conhecido lá daqueles lados, talvez resultasse. Mas para Kusturica é muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito fraquinho.

A acção passa-se naqueles lados da Europa que não interessam a ninguém. Quem raio se lembra de chamar a um país Uzbequistão? Depois queixam-se que o resto da Europa só precise deles como mão de obra barata. Pá, precisam de emprego comprem o Expresso. Vão ao Centro de Emprego lá da zona deles. Tentem o de Tachkent (<- a quantidade de gajas a quem eu já perguntei isto). É como a cena da fome. Vêm sempre com aquela história da “fome em África”. “Ah e tal tenho fome”. Pá, têm fome vão ao café. Peçam um galão e uma sandes de queijo. Não digo que encha, mas pelo menos conforta.

Depois há guerra e tiros e uma gaja que gosta dum gajo mas que é casado com outra gaja e que canta mal que se farta e que são pais dum miúdo que joga bem à bola e que depois consegue um contrato com o Dínamo não-sei-de-onde ou o Estrela Vermelha do não-sei-que-mais e que depois é engenheiro (o pai do puto, não o Dínamo não-sei-de-onde ou o Estrela Vermelha do não-sei-que-mais <– isso são clubes de futebol) e constrói uma linha de comboio e depois há uns maus que fazem tráfico de “coisas” e depois durante a guerra passam armas dum lado para o outro e depois a linha fecha e depois a mulher foge de casa porque enlouquece e depois o tipo vai e arranja uma gaja nova do outro lado da cena com quem “eles” estão em guerra e enrola-se com ela por vales e colinas e rios e cataratas e casas no campo e depois a mulher fica boa e volta e não percebe muito bem o que se passa mas depois percebe logo de seguida e depois tem uma cena de pancadaria entre gajas (e só Deus sabe o que eu gosto de ver gajas à pancada) e depois uma foge e a outra fica e entretanto o filho que jogava futebol vai para a guerra e depois eles tentam trocar a gaja com quem ele se enrola pelo filho que foi feito prisioneiro mas afinal a miúda (a “enrolada”) não é duma família rica e não dá para trocar e eles continuam a enrolar-se e depois há um burro numa linha de comboio e depois há um comboio também e um presidente de câmara que é morto a tiro sem se perceber muito bem porquê e depois vem um urso e uma banda e há um espectáculo de inauguração duma linha e depois linhas de coca e carros que andam sobre carris e um baloiço e um rádio e boxe e um gato que come manteiga duma torrada e um homem dos correios e um jogo de xadrez e depois mesmo no fim do filme ela leva um tiro e ele ajuda-a mas depois como a guerra entretanto acabou vai um para cada lado e o filho regressa e ele finge que em vez de ir atrás dela ia só ter com o filho.

Nunca mais viu Molly.

Querem mais Kusturica que isto? Parecendo muito, é muito pouco.


A vida é um milagre - :O

:O~ <- vómito (filmes tipo AI, Matrix 2 e 3)
:O <- filmes “preferia ter gasto a guita em cerveja, droga ou cigarros”
:| <- filmes “naquela”
:) <- filmes médio-fixe ou “nice”
:D <- filmes “cum gajo até acha que coiso e tal e diz aos outros para irem ver”
:D~ <- filmes que “sim senhoras”


as fufas

Detesto fufas. Quase tanto como detesto grão. As fufas são gajas que um gajo nunca poderá comer e gajos a que um gajo nunca poderá bater. Depois têm os ombros largos e as mamas soltas por baixo das t-shirts de alças com nódoas de vinho. Enfim... um nojo.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2005

freaks à porta do cinema

Amores Perros. Porque é que quando me pedem lume, se é um gajo tenho medo de sorrir não vá ele pensar que sou paneleiro e que gostava de o comer à canzana enquanto lhe chamava nomes em húngaro. Se for uma gaja, como foi hoje, penso logo “Será que se rapa?”, “Lava-se com uma escova lá em baixo?”, “Aposto que, por ser freak, não se lava todos os dias e cheira a chulé e a corrimento.”. Não é que todas as freaks cheirem mal. Só a maioria.. É por causa destes pensamentos que não consigo manter uma conversa decente. Tudo o que me ocorre são os clássicos. “Então? Foste cagar?” ou “Mais um fino ou levas já com o grosso?”. Isto não é vida para ninguém. Que raio.
Se não se rapasse, era daquelas a quem gostava de dizer: “Rapa-te para o pai.”, sendo eu o pai, não é alguma ilusão ao incesto. As gajas rapam-se para elas próprias, porque é melhor sentir a pele macia contra as cuecas de algodão da Zara (não é que eu saiba que são de algodão por ter sido apanhado a cheirá-las e correrem comigo ao pontapé estando eu impedido de entrar em qualquer Zara do país – contaram-me apenas) ou um granda tufo que faça fsshhh fsshhh. Também é útil para fazer a esparregata sem sujar o soalho. Eu cá que tenho a casa cheia de tapetes persas seria uma maçada depois ter de mandar tudo para a limpeza a seco. No meu carro, no entanto, já não posso dizer o mesmo. Encontra-se facilmente ADN de várias pessoas todo de origem anal ou vaginal. Felizmente não sou esquisito.

non ou a vã gloria de mandar

Tanta coisa por causa das mamas da Janet Jackson. Já vi passas de uva menos flácidas que aquilo. Mesmo com aquela coisada toda a segurar-lhe as mamas aquilo descaiu. Parecem quase líquidas. Enfim, um nojo. Existem todo o tipo de fétiches. Imagino que este seja apenas mais um. Eu cá por mim gosto é de gajas grávidas a andar de patins em linha enquanto mijam. É dificílimo de arranjar destas coisas pela net. Se calhar também se escondem com vergonha. Na Alemanha é que não há nada disto. Sexualmente são o país mais avançado da Europa – digo Europa porque existe o Japão e desde que vi um concurso de vomitar para dentro dum copo enorme onde estava uma japonesa acho que o caso se encerra a si próprio.
Se há coisa para ser feita então já os alemães fizeram. Não falo na normal mão no cú ou broches a porcos. Refiro-me à vanguarda. Se um europeu mete uma mão num cú vem logo um alemão e mete um pé. Se um europeu faz uma página com gajas a cagar de varandas dum 5º andar para a rua, vem logo um alemão e põe-nas a cagar do 10º.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2005

as coisas que eu invento

O termo "mamada" (aplicado a bico) e o mito de que as chinesas têm a pachacha atravessada.

a panasquice do teatro

Porque é que ir ao teatro é muito mais homossexual que ir ao cinema? Ir ao cinema nem chega bem a ser homossexual. Desde que não se vá ver cinema francês da nouvelle vague ou cinema iraniano moderno. Mas ir ao teatro tem associado um grau de panasquice que só é explicável, e mais uma vez só eu é que descobri isto, da seguinte maneira: ir ao teatro é ser sensível, homem que é sensível é automaticamente paneleiro. Sensível é vestir roupinha de algodão. É calçar palmilhas. É usar luvas no Inverno para evitar gretas nas mãos. Um homem nunca evita gretas, onde quer que sejam.

os jogos olímpicos

Acho incrível como é que, quando morrem 160 mil pessoas, os media portugueses estão preocupados com... os portugueses. E mais, abrem os noticiários assim: "Um português incontactável!". Depois gira o noticiário todo à volta desse português. E nós a torcer "para que ele apareça". Mas isto são os jogos olímpicos em que torcemos pelos portugueses? Portugueses como o Obikwelu, que nasceu lá num país qualquer de pretos e treina em Madrid.
Já que morreram tantos tailandeses bem que podia morrer mais um e salvar-se lá o português "incontactável". Depois respiramos de alívio quando o "português incontactável" é, finalmente, contactado e voltamos para saber quem vai ganhar a Quinta das Celebridades.
O mais chocante é que ninguém conhece esse português. Ao menos os pilhões há sempre alguém que os viu. Um primo dum tio que tem um amigo que esteve a passar férias no mesmo sítio de um tipo que fez a tropa com com dois irmãos em que um deles já esteve em cima de uma gaja que uma vez mamou um gajo a quem uma enfermeira tirou os pontos da operação ao apêndice e lhe contou que a irmã dela, quando era um homem e se chamava Miguelinho, viu um.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2005

quando as mamas descaem

Before sunset – Antes do anoitecer


Prodígio da genética


Antes de mais, é necessário dizer que o (cada vez mais pequeno) grupo de verdadeiros sortudos que pode ter acesso às melhores divagações do Universo sobre cinema assistiu a uma estreia. Não uma estreia de cinema, porque essas toda a gente já deve ter assistido, nem que seja com senhas que saíam no ex-bom jornal Blitz. Mas a uma coisa que dava vários filmes. Com sequelas e prequelas e jogos de computador e séries de televisão e merchandising e todo o tipo de invenções de fazer dinheiro. Pois é. Eu enganei-me. *espanto geral*. Pá, afinal até eu me engano. Já tinha acontecido uma vez. Até houve uma página sobre isso. Aqui vai o link da página com o erro:

http://tull.planetaclix.pt/errodogato.html.


Caso não tenham acesso e tal à página, fica aqui o conteúdo:

Pelas 17h44 do dia 3 de Maio de 2003 deu-se a desgraça:
(17:44) • * atrasado_mental tossam se querem gajas.
(17:44) • * atrasado_mental tu
(17:44) • * atrasado_mental assistiram ao meu 1º erro via irc:|

E este (da cena do Colateral) não é só erro a calcular uma secção eficaz. Ou o raio da energia do electrão no referencial que oscila segundo sin(x). A verdade é que eu chamei pretérito imperfeito quando conjuguei “…mas depois ele sorri…”. A cena é que o pretérito imperfeito é “eu sorria” e “ele sorria” – daí o nome “pretérito imperfeito”. Aquilo é o presente. Para quem quiser, fica aqui o meu contacto de email e de telemóvel para conseguirem em 1ª mão t-shirts a dizer: “eu estava lá quando o imperador do Universo se enganou”. Os tamanhos são o M, L e XL. Cada t-shirt custa 10 dinheuros. Email: anq@portugalmail.pt e telemóvel: 96 123 45 67.

Mas afinal o que é, ou quem é, o prodígio da genética? O prodígio da genética sou eu. E este filme, acima de tudo, mostra que até o Ethan Hawke envelhece (só eu e o Johnny Depp é que ficamos na mesma – belos e magros até ao fim do Universo). Fica com rugas. E um dia vai acordar completamente encarquilhado e mais nenhuma gaja o vai querer. Aposto que até vai conseguir encadernar livros nas próprias rugas da cara. Já para não falar que a Julie Delpy conseguirá prender enciclopédias debaixo das mamas. O famoso teste do lápis que com o tempo passa a ser o teste do livro e, em fim de vida, torna-se o teste da enciclopédia.
A cena é essa. Como diz o Woody Allen – e se o Woody Allen diz é porque é verdade – “as únicas certezas na vida são a morte e os impostos”. Há outra regra, que aprendi há uns dias (e atenção que o original não é meu – embora gostasse de ter sido eu a inventar – se quiserem depois eu dou-vos o contacto do rapaz. É um dos meus novos amiguinhos da internet) – “única regra sem excepção: um gajo tem de estar presente quando lhe estão a fazer uma mamada”.
Isto é só para depois não dizerem que eu não sei escrever. Até vou fazer referências ao Hitchcock na próxima crítica (se não correrem comigo entretanto). Chamar-lhe-ei apenas “Hitch”. Como fazem os grandes. Dentro dos grandes contam-se o António Cabrita e o Francisco Ferreira.

A verdade é que não gosto de comédias românticas. As comédias românticas cheiram mal. São como as peúgas que o Acosta mandou aos sócios quando o Sporting foi campeão há uns anos. Mas este filme, de comédia romântica, só tem o estereótipo das personagens. A comédia só tem lugar pelo à-vontade. E o romantismo está em quem o vê (ao filme, não ao romantismo). Nasce porque as personagens reagem mutuamente e connosco. E sabem como reagir.
A comédia romântica tem sempre o Hugh Grant (o tipo que fica com a gaja) e o Mark Ruffalo (o tipo que se perde em amores platónicos e no fim acaba sozinho a consumir cocaína). Escolhe-se uma actriz-modelo. E deixa-se a cena num misturador até ver o que dá. Este é directo à alma. Sem passar pela casa partida e receber os dois contos (10 euros).
O Hugh Grant, normalmente, come tudo o que esteja húmido e que tenha um mínimo de duas pernas. Enquanto o Mark Ruffalo não passa de um masturbador compulsivo que vive em casa da mãe e usa camisolas de malha com buracos nos ombros. Todos queremos que “a gaja” fique com o Mark Ruffalo – a todos parece um tipo às direitas – mas “a gaja” acaba sempre por se embrulhar com o Hugh Grant e destruir-nos os sonhos e deitar por terra todos aqueles anos de intensa terapia.

Voltando ao filme, quero deixar como nota que não vi o primeiro. Afinal há mesmo filmes que até eu não vi. São poucos, talvez uns quinze ou dezasseis. Mas porque afinal isto é sobre cinema e porque agora até tenho fãs que escrevem mails a dizer que me odeiam e que eu devia estar a cumprir pena com trabalhos forçados, tenho mesmo de escrever qualquer coisa que tenha a ver com um filme. Eu sinceramente aceitei isto como cena de me auto-promover e conseguir gajas. Já me auto-promovi. Gajas é que nada.

Bom, eles envelhecem. Encontram-se nove anos depois. Em Paris. E, aos poucos, através da conversa, são-nos contados nove anos. É engraçado como nada parece importar “nesses” nove anos.
O efeito dos diálogos e da acção permite ao filme um contínuo que poderia ter sido filmado num take. Com a máquina ao ombro. Passam realmente umas horas. E é tudo diálogo. Era capaz de jurar que o Ethan Hawke está mesmo apaixonado pela Julie Delpy. A química entre os dois é fabulosa. Se fosse uma história, ninguém diria que estiveram separados tanto tempo. As reacções são as certas, os olhares, o nervoso de morder o lábio de baixo.
Verdadeiramente ingénuo. Sem pretensões. Se calhar só dois actores livres dos vícios conseguiriam escrever tal coisa.

O fim é como deve ser. Ninguém verá outro fim. Todos tivemos oportunidades perdidas e todo o filme funciona como uma espécie de vontade colectiva. Se pudéssemos voltar atrás e compor algumas coisas. Como teria sido? Ninguém sabe.
Há muito tempo que um filme não acaba como deve. Tirando o Lost in Translation, não me lembro de outro caso recente. Não há beijos. Não há quecas. Não há toques eléctricos. Apenas deixas. Tudo se compõe pelas pequenas deixas que vão sendo largadas pelas personagens até ao fim. No entanto, nada é certo até ao desfecho.
Será que só mesmo com um baixíssimo orçamento pode um filme sobreviver às pressões e aos vícios de Hollywood? Espero que não se estrague. Com sequelas ou “interquelas” ou prequelas.

Para a semana vou ter o meu segundo passatempo favorito. Desancar o Wim Wenders. O primeiro é desancar o Spielberg. Bom, este não é bem o primeiro. Mas para falar do primeiro, teria de introduzir conceitos como “strap-on”, “rectoscopia” e “palpação rectal”. E não me parece que fosse publicado.

Uma nota final de agradecimento à minha amiga da Internet que me disse “ah e tal tens ali umas vírgulas fora do sítio” e me ajudou a pô-las bem.



Before sunset - :D

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em termos de concursos, eu sou o melhor

Participei numa cena de ganhar uma xbox e o jogo Halo 2. Posso dizê-lo com toda a certeza que já é minha. Porquê? Porque sou o melhor. Tudo o que era necessário fazer era responder a uma pergunta, tremendamente fácil, e escolher uma equipa para derrotar os maus.



Equipa de sonho, a que chamaria "Os cinco violinos da morte"


David Hasselhoff
Nuno Rogeiro
Pacheco Pereira
Argel
Anão do "Golden Axe"

Primeiro atirava-lhes o David Hasselhoff mais os seus calções cor de laranja e as mamas descaídas. Como é sabido, os Covenant são amantes da ordem e da perfeição, logo um quarto dos Covenant fretariam uma nave de volta lá ao planeta deles com o objectivo de uma operação para reafirmar as mamas e tirar aquela expressão *tenho-as-sobrancelhas-presas-por-um-agrafo*.

A segunda fase era atirar-lhes o Nuno Rogeiro mais os seus discursos de balística do jornal O Crime. Enquanto mais um quarto fugiria horrorizados os restantes seriam apanhados de surpresa pelo Pacheco Pereira que obrigá-los-ia a traduzir "As Crónicas de Cícero" de grego arcaico para latim. Metade dos restantes não aguentaria o choque *nuno-rogeiro-pacheco-pereira-em-menos-de-dois-minutos-e-sem-aviso-prévio* e sucumbiriam.
Por fim, chegariam as tropas de elite. O anão do "Golden Axe" às cavalitas do Argel. Ainda abanados pelo efeito "Pacheco Pereira meets Nuno Rogeiro" bastariam algumas entradas a pés juntos sem direito a cartão amarelo que o Argel faz e se ainda estrebuchassem o anão do "Golden Axe" trataria do resto.

Como vêem é fácil.

terça-feira, 11 de janeiro de 2005

esclarecimento a todos

A cena da Björk, dois posts abaixo, não é um original meu. Surgiu numa conversa daquelas: curtes-björk-iá-mas-já-viste-as-mamas-dela-não-são-tipo-ovo-estrelado. O conceito de mamas-tipo-ovo-estrelado não é meu. Se quiserem eu dou-vos o contacto de quem o inventou. Especialmente se forem gajas. E fizerem mamadas com alguma regularidade. Se forem muito boas podem só mandar um mail para mim. Só naquela. A ver se aqui o pai mata a fome.

a cena

Porque venho ao irc, em 15 linhas

Bom...um gajo começa a vir ao irc para ver como é. Depois vê nicks de gajas e pensa: “É gaja. Será que é boa?”. Então é preciso gastar eternidades com conversa de chacha que não lembra a ninguém só para conseguir uma mísera fotografia desfocada duma gaja que nem sequer é boa. Depois dizem: “o que está diferente entre nós?”. Nada. Mas se não é boa não interessa.
Num país normal, que não o nosso, a conversa começaria logo assim. “És boa?”. Se não fosse fodia-se logo e nunca mais abriríamos um pvt. Mas mesmo quando não é boa, às vezes ficamos a pensar: “Se calhar é da fotografia”. A verdade é que não há gajas boas no irc. As gajas boas passam o tempo a fazer coisas de gajas boas. Como beber vinho tinto numa varanda com vista para o rio, depilar o cu com cera e a ver exposições de montes de papel e rodas de bicicleta enferrujadas soldadas a espelhos retrovisores de Datsuns. Mas então se é certo que não há gajas boas no irc, o que é que um gajo vem fazer ao irc? No meu caso penso assim: “Pode ser que um dia apanhe aqui alguma gaja boa. Já que já perdi tanto tempo com isto ao menos que me sirva de alguma coisa e que acabe por comer alguém.”. Para ser sincero, há gajas boas no irc. São duas. E eu já as comi.



o monstro mais "não-fodível" do mundo

A Courtney Love com as mamas da Björk.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2005

porque é que eu sou o melhor do mundo em termos de parágrafos

"Como eu tive uma banda e fiquei sem ela e agora sou uma costureirazinha"


Eu tinha uma banda. Era uma bela banda. Mas era uma banda de ir pós copos. Explicando (para quem é lerdo), porque metade desta página são lerdos. Menos aqui o artista. Eu sou tão bom que me irrito. Normalmente irrito-me com o fernando alvim a rir-se alarvemente e com grão cozido. Dos dois ainda prefiro o grão. O grão sempre é mais estimulante e tem menos quantidade de gordura que o cabelo do alvim.

Eu tinha uma banda. Era uma bela banda. E ia explicar o que era uma banda só de ir pós copos.

Era uma vez num bairro de luxo mesmo aqui ao pé, e não num daqueles bairros sujos dos arredores onde as pessoas têm a tez escura e a pele sebosa e onde todos têm problemas de pele e os homens nos autocarros no inverno formam umas covinhas atrás da nuca nos casacos que serve de depósito de caspa.

Contaram-me.

O que nós eramos bons era a beber copos.
Como as grandes bandas, que têm ascensões e quedas meteóricas, nós também as tivémos. Mas só a parte da queda.

Alguns de nós eram bons a vomitar e outros eram bons em quase tudo. Eu sou do tipo cerebral. Calhou-me, por isso, a parte de pensador.

Eu cá nunca vomitei. Oh, foi só uma vez. E consegui fazê-lo ao lado da sanita. Foi uma maçada.

Temos um cd que tem duas cópias. A cópia 1 e a cópia 2. Eu tenho uma delas.

O único ensaio teve duas musicas, e uma delas tinha dois acordes e foi cá uma destas trabalheiras.

O que eu gosto mesmo é de ir ao cu. Mas é mais difícil fazer carreira.

Agora vendi tudo. As coisas todas que tinha da banda dir pós copos. E vou comprar uma máquina de costura e viver prá Sé.

PS: Povo que lavas no rio...

PPS: Se eu ainda fizesse coisas, remisturava esta e chamar-lhe-ia "aristocracia que fazes o povo ir às lojas comprar máquinas a crédito e depois ficam enterrados a vida toda a pagar dívidas".

PPPS: Afinal, não tive culpa de nascer aristocrata. Foi deus que assim o quis. E, já se sabe, contra a vontade do senhor nada se pode fazer.

e lá gastei eu dinheiro assim

Collateral – Colateral


Pisar pastilha elástica


O Tom Cruise irrita-me. Não é assim uma irritação muito grande porque eu até gosto dele como pessoa. É um gajo fixe. Deve curtir ver futebol na televisão (lá nas Américas deve corresponder ao baseball ou basket ou qualquer coisa que se veja por lá) enquanto bebe cerveja e, aposto que, mesmo não fumando, é daqueles que deixa o pessoal que está de visita fumar uns cigarrinhos. Aposto que se vivesse em Portugal (ele, não eu – eu vivo mesmo em Portugal – Lisboa e assim – bastava pensar “se ele anda no Técnico é porque deve ser de Lisboa ou perto) preferiria a Super Bock à Sagres. Seria do Sporting. Iria ao Bairro Alto e acabaria a noite numa daquelas roulotes a comer um mega-cachorro com “tudo”. Peidar-se-ia (já soube o nome deste tempo verbal mas esqueci-me) para os dedos e cheiraria e diria qualquer coisa do género: “couves”.
É o actor que me irrita. O sorriso. Ou dos óculos do Top Gun. Ou o casaco castanho. Mas é mais uma irritação como “pisar pastilha elástica”. Um gajo fica assim chateado mas não é o fim do mundo. Pega-se num pauzinho de gelado e facilmente se arranca a cena. É chato é o cheiro a mentol.
Eu faço um esforço por gostar dele. Em conversas de café até arrisco dizer que gostei do Magnólia. E que ele até vai muito bem nessa fita. Mas depois sorri (ele, não eu – é a cena com o pretérito imperfeito. Um gajo nunca sabe quem é que diz ou faz ou coiso – porque “coiso” aqui funciona como verbo). Ele tem grandes filmes. Assim como maus. Mas são os maus que fazem um gajo lembrar-se dos filmes maus. Quando saiu o Matrix 2 e o Matrix 3 já ninguém se lembrava que haviam uns irmãos com apelido judeu que tinham feito um bom filme chamado apenas Matrix.
Mas a cena sorriso…

O filme é assim ele a andar de táxi com um “chófer de praça” preto (Jamie Foxx <- os dois XX são tão à porno star) a fazer uns trabalhitos de limpeza (género a House Maid em Lisboa). Bom, é ele a fazer de mau contra outros ainda mais maus (e diz-se “mais maus” e não “piores” – porque antes de um adjectivo usa-se sempre “mais” ou “menos” – as coisas que vocês aprendem comigo). E mesmo com ele a fazer de mau um gajo torce pelos maus. Quer que ele acabe os “jobs” todos e desapareça no fim.
Quem não torceu pelo mau em “Os suspeitos do costume”? complicando, poder-se-ia escrever: “Quem não torceu pelo mau n’”Os suspeitos do costume”?”; mas seria um sarilho identificar as aspas e a outra cena que parece só uma aspa mas que não me lembro do nome.
O mesmo no Matrix? Pelo menos no 3 lembro-me de torcer pelo mau. A ver se o meu sofrimento finalmente acabava.
O mau, normalmente, é um tipo “cool”. Transpira charme. Respira estilo. Tem as patilhas bem aparadas. Tipo eu, mas em tela.

(basta meter um espaço e mudar de assunto)

Imaginei que aquilo tivesse um twist ou até um final soberbo. Mas não. Afinal há o bom. Que é o taxista. E salva o dia e fica com a miúda. Tipo eu, mas sem a parte de “ficar com a miúda”.

Parece-me que o realizador – ou qualquer responsável pela cena – não tiveram os tomates necessários para fazer deste um/o grande filme que tinha todo o potencial para ser. Final à Hollywood.
Quantas vezes se viu o Tom Cruise a perder?
Não me lembro de alguma vez ter sido o mau - ele, não eu.
Parece como naqueles jogos de cartas que aquele pessoal que demora 10 anos a fazer o curso joga na sala do fundo do pavilhão de civil.
Um gajo tem assim uma mega carta, que é o Tom Cruise, e pensa “epá, com esta carta é impossível perder”. Vai daí o outro joga o Jamie Foxx. Afinal até o Tom Cruise perde.
Desde o “Os intocáveis” que não tinha um choque deste género. “Afinal estes também se coisam”. Evitei dizer “morrem” para evitar que ficassem a saber o fim do filme.

Todos gostávamos de ser um mau como este. Ou isso ou ser o novo Futre. Mas para aqueles que tiveram a infelicidade, como eu, de não saber jogar lá muito bem à bola – embora já tenha marcado um canto directo – e viver assim muito longe de armas com silenciador, mais vale tirar mas é um curso.

A única grande cena do filme é passada numa discoteca. Até o gajo que estava ao meu lado – não é “paneleirices”, é só cena normal de dois gajos irem ao cinema (eu até costumava fazer “coisas” assim muito atrás no meu passado) – disse: “Este gajo é o rei.”. Sinceramente acho que sim. Ele podia ser o rei ao longo do filme inteiro. Mas quando o realizador é um “panhonha” e se vende à indústria o filme tem de acabar à “Hollywood”.

Parece a carreira do Tom Cruise. Tem grandes momentos mas depois aparecem coisas como o “Top Gun”, “Cocktail”, “Missão Intragável I e II e III e etc”, “Days of Thunder”. E não digam “ah e tal mas ele até tem filmes bons”. Pois tem. Mas é como quando o Jardel foi do Sporting. Um gajo ficava sempre com aquela coisinha no coração “epá, o gajo já foi do Porto”.






Collateral - :|

:O~ <- vómito (filmes tipo AI, Matrix 2 e 3)
:O <- filmes “preferia ter gasto a guita em cerveja, droga ou cigarros”
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:) <- filmes médio-fixe ou “nice”
:D <- filmes “cum gajo até acha que coiso e tal e diz aos outros para irem ver”
:D~ <- filmes que “sim senhoras”


sexta-feira, 7 de janeiro de 2005

fellini 8 1/2

Como é que alguém faz história no cinema a filmar 2 horas e um quarto de gajas rechonchudas a beber água mineral?

os pobres

A razão porque Deus inventou os pobres foi para fazer testes sobre doenças de pele e do modo como estas se propagam de pobre em pobre. Eu cá tenho a minha teoria sobre o assunto. Transmitem-se pelos transportes públicos. Há sempre *aquele* preto que bateu uma antes de sair de casa e besunta aqueles postes onde as pessoas se seguram com esperma de símio. O Carlinhos passa lá as mãos e mete-as directamente na boca da mãe. Isto tudo degenera em eczemas, varizes e pé de atleta. Depois comparam-nas nos transportes públicos. "Vês? Desde que limpei o pús já não parece que vá apodrecer.".

os porcos dos comunistas

Diários de motocicleta – Diários de Che Guevara


10.000 km (ou road-movie) de comunistas


Antes de começarem a chatear eu sei que os comunistas não se contam em “km”.

Antes de mais tenho de dizer que não gosto do Gael García Benal. Ainda tenho demasiado presente a sebosice dele no “Amores Perros” e a “coisa” que ele faz ao travesti no “Má Educação”.

Todos sabemos que os comunistas cheiram mal, têm doenças de pele (eczemas, caspa, seborreia, etc…), barba tipo ninho de ratos, casacos de bombazine coçados nos ombros e com aquelas coisas nos cotovelos (joelheiras mas nos cotovelos). E eu cá fui ver o filme a pensar: “mais propaganda comunista”. Mas não. Afinal não aparecem assim muitos comunistas. Pelo menos como aqueles cá da nossa escola que fazem barulho por causa das praxes, do preço da refeição na cantina e todo o género de protestos realmente importantes. Começa tudo muito bem. Com dois licenciados e tudo. Bem, um deles quase licenciado e o outro já licenciado. E vai daí um gajo pensa: “como é que duas criaturas licenciadas, cultas e com algum nome nos respectivos campos acabam por descambar em comunistas?”. O melhor é ver o filme e perceber porquê.

Tudo começa com eles limpinhos e com bom aspecto. E aí levanta-se o primeiro problema. Como transformar estes dois em comunistas típicos? Simples. Claro que para alguém se “comunistizar” (é um neologismo, significa tornar-se comunista) é preciso percorrer muitos quilómetros através de poeira, neve, pó, lama e todo o tipo de esterco. E voilá (como dizem os franceses). E vai daí eles percorrem a América do Sul desde mesmo cá de baixo até lá acima. Para quem sabe alguma coisa isto de a Terra ter cima e baixo é uma mera invenção. Mas para vocês que só lêem desportivos achei melhor explicar. E lá vão eles de mota (o que é espantoso porque os comunistas costumam viajar na Barraqueiro - eu informei-me e a Barraqueiro o mais longe que vai é Mafra, nunca se aproximando sequer da América do Sul – e protestar contra o aumento de 2 cêntimos pelo passe social - ou a pé, para passearem livros do Marx, do Engels ou lixo pseudo-intelectual tipo Kafka) com a trouxa do costume: sacos-cama, panelas, mochilas da tropa, essas coisas. Eu como sou muito viajado posso-vos dizer que aquela mota, a que chamam a “Poderosa” corresponde cá à Casal.

Lá vão eles de mota. Vruuum vruuuuuuum. E como também é cultura geral, os comunistas sofrem de falta de equilíbrio.

“Então mas eles não comem?” – levanta-se a pergunta (não se levanta MESMO – é uma figura de estilo). E porque é que se levanta? Porque é sabido que os comunistas gostam de andar sempre de bandulho cheio. Quem não sabia, poderia facilmente concluir das nódoas de tinto e de sandes de coirato que costumam ter nas camisas de flanela.
Como não têm dinheiro, inventam “coisas”. E lá vão comendo de borla aqui e ali.
A segunda necessidade mais importante para um comunista é ter relações sexuais. E como tal, aproveitam-se da lábia de um deles para as ter. Sempre desprotegidas. Que toda a gente sabe que os comunistas não usam preservativo para não desaparecerem.
O filme oscila entre estes dois temas até que a mota se estraga e lá terão os dois de seguir a pé.
Tem aqui mais umas coisas pelo meio que não vou contar porque depois vão dizer: “ah e tal ele contou e coiso”.
Uma das partes mais marcantes do filme (e na vida das duas personagens) é a sua chegada a uma colónia de leprosos (uma das especialidades do “quase-licenciado” é a lepra) onde se instalam e promovem alguma interacção entre as duas comunidades (dividida entre sãos e doentes).
Mantendo o filme sempre um certo tom de comédia tem aqui o ponto alto. Os leprosos na percussão. O meu pensamento é o seguinte: eu, se fosse leproso, nunca arriscaria a bater com os dedos num tambor ou numa cadeira ou mesmo num bloco de madeira.

Depois de todos os problemas que encontram, de todas as divisões sociais, de todas as explorações sobre os habitantes do continente (América do Sul, não o hipermercado onde os pobres vão comprar impermeáveis e meias de flanela) – nota para a cena da mina não sei do quê – “vou agora ser herói e mudar o mundo e tal” e então parte de avião em direcção ao infinito.

Se alguém arranjar a banda sonora em mp3 (192 kps mínimo) é favor mandar aqui ao pai em troca de “favores”.


Diários de Che Guevara - :D~

:O~ <- vómito (filmes tipo AI, Matrix 2 e 3)
:O <- filmes “preferia ter gasto a guita em cerveja, droga ou cigarros”
:| <- filmes “naquela”
:) <- filmes médio-fixe ou “nice”
:D <- filmes “cum gajo até acha que coiso e tal e diz aos outros para irem ver”
:D~ <- filmes que “sim senhoras”

quinta-feira, 6 de janeiro de 2005

a manhã

As pessoas da manhã são feias. Feias no sentido genético. Têm caras típicas de “Eu acordo de manhã” para irem para a repartição de finanças carimbar “coisas”. Têm altos na cabeça. Enormes bolas de origem desconhecida. Têm os queixos puxados para a frente e quando sorriem o maxilar debaixo ainda avança mais parecendo que vai desencaixar e cair naquele buraquinho entre o metro e o bordo da estação. São carecas, quer sejam homens ou mulheres, magros, enfezados e nenhum deles comeu mais ninguém com quem não fossem casados.

radiohead

Não percebo a cena com os Radiohead. Eu se gostasse de bandas que fazem música má, pelo menos escolheria uma em que o vocalista tivesse a cara simétrica e os olhos alinhados dentro dum ângulo máximo de 37º.

eu sou o melhor em portugal a escrever sobre cinema

Eu tinha uma bela secção numa página onde escrevia as melhores coisas sobre cinema. Toda a gente gostava mas poucos admitiam. Dos que não admitiam, era normal receber mails variados para apanhar aqui e ali. Depois veio a censura e tive de começar a cortar nas pérolas do nosso português como: "pachacha", "esporra" e "pintelho". Até que fui, subtilmente, despedido. Aqui ficam essas "coisas".



The village – A vila


O homem que vende twists


Havia um gelado da Olá (suponho que se pode dizer marcas porque coiso e tal) que se chamava Twist. O gelado era uma merda. O meu irmão vomitou a seguir a comer esse gelado. Foi só uma vez, mas como toda a gente sabe depois as pessoas vêm e associam e depois aquele fica como o “gelado que faz vomitar”. Claro que todos dissemos “Foi do gelado.”. Ainda hoje ninguém sabe se o Twist faz vomitar. Ora os twists dos filmes do M. Night Shyamalan começam a meter nojo. Não um nojo de vomitar. Apenas de sentir assim uma coisinha no estômago que se parece com aquelas subidas (e descidas) dos túneis da Av. Da República. Para quem não é de Lisboa (e eu sei que nas parvónias espalhadas pelo país também há avenidas dessas) a Av. Da República é uma cena grande com várias faixas e com túneis.
Filme do M. Night Shyamalan (tive de ir ao imdb.com <- site muito bom de cinema – ver como se escreve o raio do nome do homem) que não tenha twist é como, e agora o verdadeiro artista teria de rimar, é como e(i)migrante (depende do sentido) que não tenha “viste”.
Já no 6º Sentido (o famoso filme em que o Bruce Willis tem cabelo digital) havia assim um twist. Eu fui ver o filme e ‘tava tão à espera do twist que não o vi. Só o vi passados 3 segundos. A mim não me convenceu. E não pensem que é por ele ser indiano. Depois pensei “epá se calhar o homem até tem jeito” e fui a correr ver o “O protegido” (aviso já que o artigo não está repetido, é mesmo assim). E o “O protegido” (outra vez o truque do artigo) é um grande filme. E eu não sou grande fã de bd. A cena com a bd é que só gajos com óculos tipo fundo de garrafa e com mais sebo que os nossos colegas da leic (:D) conseguem gostar daquilo. O filme retrata na perfeição o herói, que no seu dia a dia é uma pessoa normal, mas que tem a capacidade de não se partir. Como qualquer bom herói existe o seu anti-herói. E quando eles chocam libertam-se dois fotões. (exercício: qual a secção eficaz deste processo <- piada de físico. Mas eu até sou giro). Depois veio o “Signs”. O “Dia da Independência” dos pobres. Ou não fosse o Shyamalan indiano. Este filme é assim a puxar para o vómito. E não é o efeito Mel Gibson que faz vomitar, é mesmo o filme. Este não tem twist nenhum. A única coisa que nem é bem um twist é os ETs terem aversão à água. Bom, nós que andamos de metro cruzamo-nos com bastantes ETs.

E não me apetece desenvolver mais porque a verdadeira “cena” é “A vila”. E já lá vai uma página sem ter dito nada.
O “A vila” (truque do artigo novamente) é fixe. É assim o melhor filme dele – na minha opinião, mas claro eu sou tão iluminado que se quiserem gajas ou passar assim por pessoas que sabem muito de quase tudo o melhor é ter assim uma opinião fixe como a minha. “A vila” (não estou a usar o truque dos artigos porque me fartei) é assim o melhor filme do senhor. Leva-nos a uma aldeia (as vilas têm de ter centro de saúde) onde temos cegos, judeus apanhados dos cornos que tocam piano e gostam de se vestir de vermelho, a gaja que caçou os aliens, aquele tipo que sempre foi careca e cresceu-lhe cabelo para fazer este filme e várias outras coisas. E as pessoas de aldeia têm uma floresta à volta. E não saem daí porque têm medo. Imaginem que viviam num condomínio de luxo no centro da Damaia e que eram todos do Sporting. Basicamente é isso. Depois eram convencidos que havia maus – claques do Benfica que toda a gente sabe são da Damaia e desses sítios onde as pessoas cheiram mal. E por isso nunca saíam de casa com cagufa. E depois este gosta daquela e aquela gosta do outro que gosta deste. E pronto. E depois é muito giro no fim mas que eu não vou contar porque se não estrago o fim (isto é uma figura de estilo que não me lembro do nome). Também tem twist. E não apenas um, mas dois!
A realização é assim soberba. A fotografia é melhor que uma punheta a terminar em mamada. A banda sonora é de arrepiar os pêlos.

E como esta é a primeira coisa destas que faço fica aqui um esquema como aquelas coisas para os preguiçosos que não quiserem ler isto mas apenas ver se eu – o rei do Universo no que toca a ser a melhor pessoa com opiniões – gostei ou não dum filme.

A Vila - :D

:O~ <- vómito (filmes tipo AI, Matrix 2 e 3)
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